DOENÇAS
Neoplasias benigna e maligna de cólon, reto e ânus
Neoplasias benignas
As neoplasias benignas no cólon, reto e ânus são tumores não cancerosos, como pólipos (adenomas), lipomas e leiomiomas. Embora benignos, os pólipos adenomatosos são pré-malignos, e a sua remoção é crucial para prevenir o desenvolvimento de câncer colorretal.
Pólipos adenomatosos: são os mais comuns e são considerados lesões pré-malignas, podendo evoluir para câncer. Existem três tipos principais: adenomas tubulares, vilosos e mistos.
Lipomas: tumores benignos que se originam de células de gordura no cólon e reto.
Leiomiomas: tumores benignos que se formam no tecido muscular liso do intestino.
Tumores benignos do ânus: incluem pólipos, condilomas (verrugas anais causadas pelo HPV) e tumores benignos da pele.
Os sintomas incluem sangramento retal, dor abdominal e mudanças nos hábitos intestinais (constipação, incontinência, urgência para evacuar). O diagnóstico é feito pela colonoscopia, exame que detecta e remove pólipos, além de coletar o material para biópsia.
Neoplasias malignas
As neoplasias malignas no cólon, reto e ânus referem-se ao câncer colorretal (cólon e reto) e ao câncer anal. A maioria dos cânceres colorretais começa como pólipos (lesões benignas) na parede do intestino, que podem evoluir para malignos com o tempo. O câncer anal, por sua vez, é um tipo mais raro de tumor que se localiza no ânus.
Câncer colorretal: abrange tumores que se desenvolvem no intestino grosso (cólon) e no reto, a parte final do intestino antes do ânus.
Câncer anal: tumor maligno raro que afeta o canal e as bordas externas do ânus.
Entre os sintomas podemos citar sangue nas fezes, mudanças persistentes no hábito intestinal (diarreia ou constipação), dor abdominal, dor ao evacuar, sensação de empachamento, perda de peso inexplicável, fraqueza e cansaço sem causa aparente. O rastreamento é feito pela remoção preventiva de pólipos durante uma colonoscopia, exame endoscópico, considerado a forma de prevenção mais eficaz.
Doenças sexualmente transmissíveis
As Doenças sexualmente transmissíveis (agora chamadas ISTs) podem afetar a área colorretal, incluindo a região anal. Estão inclusas o HPV (condilomas anais), sífilis (feridas anais), gonorreia e clamídia (que podem causar inflamação, sangramento e secreção), além do herpes anal. A colonoscopia pode auxiliar no diagnóstico dessas condições, especialmente quando o objetivo é investigar sintomas como dor, sangramento ou alterações no reto e cólon. O uso de preservativos em todas as relações sexuais é a principal forma de evitar a transmissão de ISTs.
HPV
O HPV é o vírus do Papiloma Humano, e na área da colonoscopia, ele pode estar associado a um risco aumentado de câncer colorretal e lesões pré-cancerosas no reto e ânus. Alguns tipos de HPV são mais prevalentes e podem causar verrugas na região anal (condilomas). Certos tipos de HPV, como os tipos 16 e 18, são os principais responsáveis pelo câncer de colo do útero, mas também podem causar outros tipos de câncer, incluindo o câncer anal.
Relações sexuais desprotegidas com pessoas infectadas por HPV, devem observar sintomas como: lesões anais, coceira persistente e escurecimento anormal da região.
A colonoscopia é o exame que detecta as lesões, como o condiloma (verrugas na região anal), que podem ser removidas durante o procedimento e enviadas para biópsia para determinar se essas lesões têm potencial para se tornar câncer, prevenindo a sua progressão.
O tratamento é feito no consultório e envolve a retirada ou cauterização das lesões.
Hemorroida
A hemorroida é uma veia dilatada e inflamada no ânus ou na parte inferior do reto, que pode causar irritação, dor, coceira e sangramento durante ou após a evacuação. Podem ser internas, localizadas no esfíncter anal, ou externas, visíveis na borda do ânus.
Entre as causas para o seu surgimento podemos citar: esforço para evacuar com fezes duras, pois aumenta a pressão nas veias anorretais, constipação crônica, gravidez e sedentarismo. Os sintomas envolvem coceira e irritação na região anal, dor e desconforto durante ou após as evacuações, sangramento visível no papel higiênico ou nas fezes, presença de nódulos ou varizes ao redor do ânus.
Pode ser feita a drenagem de trombo hemorroidário, um procedimento cirúrgico simples chamado trombectomia, que consiste em um pequeno corte para remover o coágulo de sangue, aliviando a dor intensa.
Outra opção de tratamento é cirurgia a laser de CO₂ e a cirurgia a laser de Diodo, técnicas modernas e minimamente invasivas que cauterizam os tecidos, permitindo uma recuperação mais rápida, menos dor pós-operatória e menor risco de sangramento e inchaço.
Fístula anorretal
A fístula anorretal é um canal epitelizado, parecido com um túnel, que se forma entre o interior do canal anal e a pele ao redor do ânus. Pode ser complexa, com ramificações secundárias, e em casos raros, pode conectar-se a outras estruturas como a vagina.
Na maioria dos casos, a fístula surge após a drenagem de um abscesso, que é o acúmulo de secreção purulenta originado de glândulas anais inflamadas. Os sintomas incluem secreção crônica de pus ou outros fluidos, dor local, coceira na região perianal e dificuldade para evacuar.
O tratamento padrão-ouro é a cirurgia de laser de Diodo, um procedimento minimamente invasivo que cauteriza e fecha o trajeto da fístula, preservando o músculo esfíncter e reduzindo o risco de incontinência. A técnica resulta em menor dor, sangramento e um tempo de recuperação mais rápido em comparação com técnicas tradicionais.
Fissura anal
A fissura anal é uma pequena rasgadura no revestimento do canal anal, que causa dor aguda e intensa, durando horas após a defecação, bem como o sangramento vermelho vivo nas fezes e no papel higiénico. É frequentemente causada pelo esforço para evacuar fezes duras, trauma durante o parto vaginal, trauma anal e até por diarreia persistente ou explosiva.
Para modular a dor, uma opção de tratamento é o laser de baixa potência para cauterizar a fissura anal e estimular a remodelação tecidual, resultando em alívio da dor e cicatrização mais rápida. Este procedimento é uma abordagem moderna e minimamente invasiva, resultando em recuperação mais rápida e melhor resultado estético em comparação com métodos tradicionais.
A aplicação de toxina botulínica para fissura anal é outra opção indicada, pois bloqueia temporariamente os sinais nervosos que causam a contração excessiva do músculo esfíncter anal interno. Com o músculo relaxado, há um aumento no fluxo de sangue para a área da fissura, o que acelera a cicatrização da lesão. O relaxamento muscular também alivia a dor e o espasmo, proporcionando um alívio rápido e duradouro.
Dor anal
Quando a dor anal é intensa e estiver associada a sintomas como sangramento, nódulos, secreção purulenta, febre ou mudança no hábito intestinal, é fundamental consultar com um coloproctologista. A dor anal pode ter diversas causas como fissura anal, hemorroida, abcesso e fístula anal, ou mesmo doença inflamatória intestinal e câncer colorretal.
A toxina botulínica é aplicada na musculatura da região anal para relaxar o esfíncter anal interno, impedindo a contração excessiva do músculo. Esse relaxamento esfincteriano melhora o fluxo sanguíneo para a área, o que é essencial para a cicatrização de feridas e para a redução da dor.
A modulação da dor anal com laser de baixa potência é outra opção terapêutica, pois visa cauterizar a ferida anal e estimular a remodelação tecidual, resultando em alívio da dor e cicatrização mais rápida. Este procedimento é uma abordagem moderna e minimamente invasiva, resultando em recuperação mais rápida e melhor resultado estético em comparação com métodos tradicionais.
Doença diverticular do intestino grosso
A doença diverticular do intestino grosso é uma inflamação que causa pequenas bolsas, chamadas divertículos. É classificada em dois tipos: como diverticulose, quando os divertículos apresentam sintomas sutis ou imperceptíveis; e diverticulite, quando os divertículos ficam inflamados, causando sintomas claros como dor abdominal, inchaço e febre.
O tratamento tem o objetivo de aliviar a dor e inchaço, pode incluir medicamentos e uma dieta rica em fibras para prevenir a constipação e reduzir a pressão no intestino. Em casos mais graves, com complicações ou diverticulite recorrente, pode estar indicada a cirurgia para remover a parte afetada do intestino.
Cisto pilonidal
O cisto pilonidal, também chamado de cisto sacrococcígeo, é uma lesão que surge no sulco interglúteo, perto do cóccix. Consiste em uma pequena cavidade (em forma de cisto) contendo pelos, fragmentos de pele e glândulas sebáceas e sudoríparas. O termo "pilonidal" vem do latim e significa "ninho de pelo", descrevendo o conteúdo do cisto.
Na fase aguda, o nódulo fica avermelhado, quente e muito doloroso na região, pode haver saída de secreção purulenta e febre. Na fase crônica, percebemos pequenos orifícios ou fístulas na área entre os glúteos, com secreção, dor contínua e inchaço.
O tratamento de cisto pilonidal pode ser feito no consultório com a drenagem do cisto, e em casos mais graves, a cirurgia a laser de Diodo pode estar indicada.
Pólipo intestinal
Um pólipo intestinal é uma pequena massa de tecido que cresce na parede interna do intestino grosso (cólon e reto). Embora muitos pólipos sejam benignos, alguns tipos têm o potencial de se transformar em câncer colorretal, sendo o principal motivo de preocupação.
A maioria dos pólipos não causa sintomas, mas quando surgem, os mais comuns são: sangramento retal, alteração na cor das fezes para vermelho vivo ou mais escura, dor abdominal e alterações persistentes no hábito intestinal. O diagnóstico é feito pela colonoscopia, exame que visualiza o interior do intestino e pode remover os pólipos e coletar para biópsia. A remoção do pólipo durante a colonoscopia é o tratamento mais indicado, sendo fundamental a análise do tecido em laboratório para determinar o tipo da lesão.
Abscesso anorretal
O abscesso anorretal é uma lesão que acumula secreção purulenta nos espaços ao redor do ânus e do reto. Geralmente se forma a partir da inflamação e obstrução de uma glândula anal, permitindo a entrada de bactérias. Causa dor intensa, inchaço, vermelhidão, febre e mal-estar generalizado.
O tratamento principal para abcesso anorretal é a drenagem cirúrgica da secreção purulenta, visando aliviar a dor e controlar a infecção. A drenagem pode ser realizada no consultório com anestesia local.
Plicoma anal
O plicoma anal é um excesso de pele mole na região externa do ânus, resultante de inflamações ou cicatrizações de condições como hemorroidas ou fissuras. Embora geralmente não causa dor ou sangramento e pareça inofensivo, a principal queixa do plicoma anal é o incômodo estético. Também causa coceira, irritação, e dificulta a higiene, acumulando resíduos.
É fundamental consultar um coloproctologista para confirmar o diagnóstico e diferenciar o plicoma de outras condições anais, como lesões por HPV ou úlceras. Se houver sangramento, é um sinal de alerta que requer investigação imediata.
Não existem pomadas ou medicamentos que façam o plicoma anal desaparecer. Como opção terapêutica, pode ser feita a aplicação de toxina botulínica para reduzir a contração excessiva do esfíncter anal. Ao relaxar o músculo, a toxina melhora a circulação, facilita a cicatrização e alivia a dor associada, podendo ser usada em conjunto com a remoção do plicoma anal.
A cirurgia a laser de CO₂ é outra opção de tratamento para remoção do plicoma anal. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo, realizado em consultório com anestesia local, que usa o laser para cortar e cauterizar o excesso de pele. Oferece vantagens como recuperação rápida, menor desconforto pós-operatório e estimulação da cicatrização, com retorno às atividades em poucos dias.
Constipação
Constipação, ou prisão de ventre, é a dificuldade para evacuar, caracterizada por sintomas como fezes endurecidas, ressecadas e em formato de “bolinhas”. Cauda dificuldade e dor para evacuar, sensação de evacuação incompleta e necessidade de esforço excessivo.
O tratamento da constipação inclui aumento do consumo de fibras e água, e a prática de exercícios físicos regulares.
É recomendado procurar um coloproctologista quando existe dor abdominal intensa, sangramento nas fezes, perda de peso inexplicável, alternância entre prisão de ventre e diarreia, e histórico familiar de câncer colorretal ou doenças inflamatórias intestinais.
Coceira anal e dermatites
A coceira anal e as dermatites são sintomas de uma condição chamada prurido anal, que pode ter diversas causas, como: higiene inadequada ou excessiva com produtos irritantes, alimentos (como chocolate, café, bebidas alcoólicas, alimentos ácidos e apimentados podem desencadear a coceira), doenças coloproctológicas (hemorroidas, fissuras e fístulas anais), infecções (micoses como a Cândida e parasitoses, como o oxiúro) e até a umidade e o suor.
O tratamento para coceira anal e dermatites envolve tratar a causa subjacente. Pode incluir medicamentos tópicos (anti-inflamatórios, antifúngicos), mudanças na dieta e hábitos de higiene, uso de roupas adequadas e, em casos persistentes, terapias mais específicas indicadas pelo coloproctologista.

